O que é?
RFID é um método de identificação automática através de sinais de rádio, que permite recuperar e armazenar dados remotamente por meio de dispositivos denominados etiquetas (tags) de RFID. A tecnologia tem origem nos sistemas de radares utilizados na segunda guerra mundial, proposta no ano de 1937 por um físico escocês chamado Sir Robert Alexander Watson-Watt, para avisar com antecedência a chegada de aviões, o maior problema era identificar quais eram aviões inimigos e quais eram aviões aliados. Os alemães então descobriram que se os seus pilotos girassem seus aviões quando estivessem retornando à base iriam modificar o sinal de rádio que seria refletido de volta ao radar. Esse método simples alertava os técnicos responsáveis pelo radar que se tratava de aviões alemães (esse foi, essencialmente, considerado o primeiro sistema passivo de RFID).
Sob o comando de Watson-Watt, que liderou um projeto secreto, os ingleses desenvolveram o primeiro identificador ativo de amigo ou inimigo (IFF – Identify Friend or Foe). Foi colocado um transmissor em cada avião britânico. Quando esses transmissores recebiam sinais das estações de radar no solo, começavam a transmitir um sinal de resposta, que identificava o aeroplano como Friendly (amigo). Os RFID funcionam segundo o mesmo princípio básico: um sinal é enviado a um transponder, o qual é ativado e retransmite o sinal (sistema passivo) ou transmite seu próprio sinal (sistemas ativos).
Companhias começaram a comercializar sistemas anti-furto que utilizavam ondas de rádio para determinar se um item havia sido roubado ou pago normalmente. Era o advento das etiquetas RFID denominadas de "etiquetas de vigilância eletrônica" as quais ainda são muito utilizadas hoje nas lojas de varejo. Cada etiqueta utiliza um bit. Se a pessoa paga pela mercadoria, o bit é posto em 0. E os sensores não dispararam o alarme. Caso o contrário, o bit continua em 1, e caso a mercadoria saia da loja, portais dotados de sensores disparam um alarme.
É uma tecnologia mantida por diversas empresas, dentre elas a Philips, Tagsys e British Telecom. Atualmente quem dita os padrões de uso do RFID é a empresa EPCGlobal, que utiliza como padrão o protocolo EPC Gen 2.
Como funciona?
Um sistema de RFID é composto, basicamente, de uma antena, um transceptor, que faz a leitura do sinal e transfere a informação para um dispositivo leitor, e também um transponder ou etiqueta de RF, que deverá conter o circuito e a informação a ser transmitida. Estas etiquetas podem estar presentes em pessoas, animais, produtos, embalagens, enfim, em equipamentos diversos.
Assim, a antena transmite a informação, emitindo o sinal do circuito integrado para transmitir suas informações para o leitor, que por sua vez converte as ondas de rádio do RFID para informações digitais. Agora, depois de convertidas, elas poderão ser lidas e compreendidas por um computador para então ter seus dados analisados.
Etiquetas RFID
Existem dois tipos de etiquetas RFID:
- Passiva – Estas etiquetas utilizam a rádio frequência do leitor para transmitir o seu sinal e normalmente têm com suas informações gravadas permanentemente quando são fabricadas. Contudo, algumas destas etiquetas são "regraváveis".
- Ativa – As etiquetas ativas são muito mais sofisticadas e caras e contam com uma bateria própria para transmitir seu sinal sobre uma distância razoável, além de permitir armazenamento em memória RAM capaz de guardar até 32 KB.
Frequências utilizadas
As frequências usadas em um sistema RFID podem variar muito de acordo com a sua utilização. Um sistema de radar possui frequência e alcances muito maiores que um sistema de pagamento via telefone celular, por exemplo.
Onde pode ser utilizado?
- Pagamento via celular;
- Pagamento em trânsito (como sistema de pedágio SemParar);
- Controle de estoque;
- Substituição do Código de Barras (lojas de varejo como Track&Field);
- Rastreamento de Cargas;
- Rastreamento de Animais (pecuária de precisão).
Custos
Etiquetas: o custo da etiqueta de RFID tem caído constantemente com o aumento da demanda. No momento, o uso das etiquetas ainda é recomendado somente para produtos de alto valor agregado, ou conjuntos (como pallets) de produtos. Uma regra geral é que a etiqueta não deve ultrapassar 1% do preço final do item.
Leitores RFID: existem leitores na faixa de R$ 2000-3000, o que normalmente não representa um valor excessivamente alto em um projeto.
Durabilidade das Etiquetas e Leitores: deve-se avaliar a durabilidade do equipamento comprado, já que itens de qualidade inferior serão facilmente danificados em ambientes mais agressivos como os de alguns armazéns. O custo de troca e manutenção pode ser mais alto do que a diferença de equipamento de boa qualidade.
Software, Integração e Data Warehousing: este é um dos principais custos do projeto, podendo variar de algumas centenas de milhares de reais até milhões. Como qualquer investimento em TI, deve-se ter muito cuidado na escolha do fornecedor para evitar grandes dores de cabeça no futuro. Pode ser necessária uma forte mudança ou atualização dos sistemas existentes em toda a cadeia de suprimento.
Processos Organizacionais: a mudança na captura de dados envolve mudanças em diversos processos da empresa, não somente na logística, mas em toda a operação da organização. Estas alterações são importantes não só para o funcionamento do projeto de RFID, mas também para seu máximo aproveitamento.
Requerimentos Computacionais: instalar equipamentos de informática mais robustos não é muito complicado em um armazém, mas pode ser impeditivo ao longo da cadeia de suprimento (por exemplo, se o projeto prevê o uso do RFID nos pontos de venda).
Vantagens em utilizar a tecnologia RF ID
- Capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados para etiquetas ativas;
- Leitura sem necessidade de proximidade do leitor para a captação dos dados;
- Robustez das etiquetas com possibilidade de reutilização;
- Precisão na transferência de dados e velocidade no envio dos mesmos;
- Localização dos itens ainda em processos de busca;
- Prevenção contra roubos e falsificação de mercadorias;
- Coleta de dados de animais ainda no campo.
Desvantagens em utilizar a tecnologia RF ID
- O custo elevado da tecnologia RFID, uma etiqueta inteligente custa nos EUA cerca de 25 centavos de dólar, na compra de um milhão de chips. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Automação, esse custo sobe para 80 centavos até 1 dólar a unidade;
- O preço final dos produtos, pois a tecnologia não se limita apenas ao microchip anexado ao produto. Por trás da estrutura estão antenas, leitoras, ferramentas de filtragem das informações e sistemas de comunicação;
- O uso em materiais metálicos e condutivos pode afetar o alcance de transmissão das antenas. Como a operação é baseada em campos magnéticos, o metal pode interferir negativamente no desempenho;
- A padronização das frequências utilizadas para que os produtos possam ser lidos por toda a indústria, de maneira uniforme.
- A invasão da privacidade dos consumidores por causa da monitoração das etiquetas coladas nos produtos.
- Possível sobreposição de sinais, deixando a tag incapaz de responder a dois ou mais leitores simultaneamente.